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É bom demais da conta ver o Galo jogar, sô

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Esqueçam a porradaria ao final do jogo. Aquilo é tão comum a argentinos quanto roubar dinheiro público é pra gente. Hoje eu quero usar esse espaço pra falar apenas de futebol, do jogo jogado. E não tem nada mais bonito no futebol brasileiro de hoje do que ver o Atlético Mineiro jogar. No meio de tanta mesmice e mediocridade, é um alento saber que ainda há um time no país que consegue os resultados jogando bonito, com alegria e sempre pra frente.

O Fluminense pode ser o campeão brasileiro e o Corinthians o atual campeão mundial, mas nenhum deles enche os olhos. O Flu ainda menos. Na real, é insuportável assistir aos jogos do time do Abel. Aliás, quando cansar da vida de técnico, Abelão poderá escrever um livro sobre como vencer jogando o futebol mais feio possível. Se preferir, pode até fazer isso em parceria com o Muricy. Vai dar certinho.

Não é de agora que o Atlético vem encantando. Apesar de ter feito um segundo turno bem abaixo da crítica no Brasileiro do ano passado, o time do Alex Stival jamais abriu mão do seu estilo ofensivo, com jogadores velozes caindo pelas pontas, muita movimentação no meio-campo e volantes que sabem fazer mais do que só jogar com a bunda ralando a grama. Não é a primeira vez que vemos o Cuca montar um time com essas características. Mas certamente, até pelos jogadores de que agora dispõe, é o melhor deles.

O que mais me chama a atenção no Cuca é sua capacidade de fazer os jogadores renderem seu máximo mesmo quando eles não atuam na posição em que mais gostam de jogar. É o caso, por exemplo, do Tardelli, que saiu do Atlético pro Oriente Médio como centro-avante matador e, na volta, ao encontrar Jô atuando bem por ali, pra não ficar de fora do time, topou jogar mais aberto, preparando mais do que finalizando. E está se saindo muito bem. Aliás, é difícil um jogador passar tanto tempo naquele fim de mundo e já chegar arrebentando. Até pelo fato de as ligas de lá contarem com poucas equipes, o que faz com que haja poucas partidas, é normal o cara voltar sem ritmo e com preparo físico inferior ao de quem ficou por aqui. Só mais um indício de que os ventos que sopram na Cidade do Galo andam tão favoráveis, que até isso é superado com facilidade.

Falar sobre Ronaldinho, então, é chover no molhado. O filho da mãe tá jogando o fino da bola. Como rubro-negro, cada vez que o vejo realizar uma obra-prima como aquela de ontem, fico com mais vontade de enfiar a Patrícia Amorim numa van pra São Gonçalo. Tá certo que é mulher e em mulher não se deve bater. Mas que ela e seu bando mereciam um bom corretivo por terem desperdiçado tanto talento por puro amadorismo e safadeza, bem que mereciam. Poucas vezes nesses anos acompanhando futebol eu vi um jogador dar uma resposta tão veemente quanto essa que o dentuço vem dando no Atlético desde que chegou. Tá certo que ele também cometeu seus excessos e deu seus vacilos. E não foram poucos, não. E duvido muito que não apronte das suas também em BH. Porém, a partir do momento em quem o clube cumpre com todas as suas obrigações, ele pode e vai ser cobrado. No Flamengo isso não existia. A ele era dada toda a liberdade, pois nenhum dos compromissos assumidos era cumprido. Quando isso acontece, entra em campo a Lei de Vampeta, aquela que diz que o clube finge que paga, e o jogador finge que joga. Simples assim.

Mas não é só de Ronaldinho e Tardelli que vive o Galo. Vários outros jogadores, titulares ou reservas, mais ou menos badalados, têm tido um papel fundamental no time. Bernard é craque; Rever e Leonardo Silva, a meu ver, formam a melhor dupla de zaga do Brasil; Marcos Rocha é ótimo e Junior Cesar – pra mim o mais fraco – não compromete; Pierre e Leandro Donizete são dois volantes que poderiam jogar em qualquer outro time de ponta daqui; Luan, que veio da Ponte, também tem se revelado uma peça utilíssima ao Cuca; e os centro-avantes, Jô e Alecsandro, se não são soberbos, pelo menos vão marcando seus golzinhos e dando conta do recado. Se vai ganhar a Libertadores ou não, é outro papo. A melhor campanha na primeira fase não garante absolutamente nada, como bem sabemos. Agora, que é difícil não se empolgar, isso é.

E falando em empolgação, não dá pra terminar sem mencionar a torcida do Atlético. Puta que pariu, que show que ela está dando nos jogos do time no Independência! É coisa muito linda de se ver. Por mais clichê que possa ser, ela joga junto, mesmo. Não admira os caras estarem invictos lá dentro há tanto tempo. O grito de “caiu no horto, tá morto” parece apavorar os adversários. Com essa torcida, jogadores em grande fase, um técnico sem medo de pôr o time pra jogar e organizado do lado de fora, o Galo tem tudo pra conseguir esse título. Vale a pena acompanhar de perto e conferir.

Abraços,
Tatu

 


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